CMU Corta-Mato: Dia 2 - Salomé Rocha é Vice-campeã do Mundo Universitária
14 de abril, o dia mais esperado, foi um dia de emoções fortes no parque urbano de Lodz, Polónia. As expetativas iniciais acabaram por ser superadas, com a participação portuguesa a sair premiada com o brilhante 2º lugar de Salomé Rocha.
O dia acordou frio, mas sem chuva, o que previa provas rápidas, quer no setor feminino quer masculino, até pelas características do percurso, sem grandes dificuldades, com apenas uma subida a meio da volta.
Foram as atletas femininas as primeiras a entrar em ação, pelas 13h locais (12h em Portugal). A nossa equipa apresentou-se confiante e descontraída, concentrada em realizar a melhor prova possível. Com a temperatura já superior, a prova revelou-se, como se previa, bastante rápida, com as principais favoritas a colocarem-se desde a partida nos lugares da frente.
O ritmo imposto pela romena Ancuta Bobocel foi desde o início bastante forte, tendo realizado a corrida sempre na frente. Salomé Rocha manteve-se forte, a curta distância das romenas que lideravam a prova, controlando o esforço, andando durante as duas primeiras voltas na 3ª posição, acompanhando a segunda romena. Na última volta acabaria por ultrapassar a romena Roxana Birca e terminar num brilhante 2º lugar, a apenas 6 segundos de Bobocel e com o tempo final de 15m54s.
As outras atletas portuguesas tiveram uma prestação digna, mantendo-se durante toda a corrida a meio do pelotão, procurando alcançar a melhor classificação possível, individual e coletivamente. Com uma concorrência bastante forte, com vários países a apostar fundamentalmente na classificação coletiva, acabariam por contribuir para o 6º lugar final de Portugal, com o 36º lugar de Sara Carvalho e o 38º de Catarina Gonçalves. Bárbara Ferreira terminaria pouco depois no 44º lugar.
Recorde-se que Salomé Rocha em 2010 em Kingston, no Canadá, terminou em 12º lugar e este ano, numa prova com concorrência mais forte, onde estiveram presentes algumas potências mundiais da modalidade, acaba por demonstrar o quanto esta aluna da Universidade do Porto, treinada por Rui Ferreira, tem evoluído nos últimos anos.
A competição masculina iniciou-se logo após a cerimónia de entrega de prémios às atletas femininas, pelas 13h45 locais, menos 1h em Portugal.
Nesta prova Portugal apresentou-se com 2 atletas, Daniel Gregório, atual Campeão Nacional Universitário e Ricardo Vale, que acabariam por ter uma classificação modesta, face às expetativas e objetivos que haviam traçado no início. O 31º e 56º lugar finais, respetivamente, acabaram por deixar uma certa frustração nestes atletas, patentes no seu rosto no final da prova. No entanto quem acompanhou a corrida pode verificar a forma abnegada e esforçada com que percorreram as 6 voltas ao circuito.
O ritmo rápido, que já se previa, foi desde o início imposto pelos atletas japoneses, que acabariam contudo por secundar no pódio o argelino Abdelmajed Touil, grande vencedor deste Campeonato, com uma ponta final demolidora.
No final, a prestação portuguesa fica obviamente marcada pela medalha de prata obtida por Salomé Rocha, e pela forma como todos lutaram pelo melhor resultado possível, salientando-se sempre o espírito de entreajuda, amizade e bravura que ao longo desta presença em Lodz, toda a delegação demonstrou.
No final do dia todas as delegações puderam confraternizar no jantar de encerramento, com o ambiente saudável de relação e convívio entre os atletas-estudantes a ser mais uma vez uma característica destes eventos e onde foram igualmente entregues os prémios de classificação coletiva.
À conversa com o treinador Rui Ferreira, fizemos o balanço final desta participação:
O que representa este resultado da Salomé Rocha?
RF – É um momento importante no percurso desportivo da atleta. É o reconhecimento de um árduo trabalho e de grandes sacrifícios de uma jovem. É com certeza motivo de orgulho e motivação para o futuro.
A prova decorreu de acordo com as expectativas? Como avalia a prestação global de Portugal?
RF – A excelente prestação da Salomé supera as minhas expectativas, foi uma grande prova. Os restantes atletas portugueses também estiveram em bom nível. Bateram-se muito bem com a forte concorrência em prova.
Como avalia a qualidade dos atletas portugueses face à dos restantes atletas que estiveram em prova?
RF – Temos atletas com grande potencial, em nada inferiores aos atletas que estiveram em prova. Importa apoia-los e criar condições para que possam evoluir.
Qual a importância de um Mundial Universitário para a modalidade e para os atletas?
RF – O atleta tem assim mais uma oportunidade de competir num grande campeonato. É importante que o atleta passe por este tipo de competição, a dada altura da carreira. Permite-lhes ganhar experiencia em grandes eventos. Acredito que a participação dos atletas nesta prova será útil para o futuro destes jovens. Fazem falta mais campeonatos deste nível aos nossos jovens atletas.
A delegação portuguesa sai de Lodz, domingo pela manhã, com partida do aeroporto de Varsóvia pelas 17h10 locais, tendo chegada prevista para o Aeroporto Internacional do Porto às 23:15, hora portuguesa.