CMU Corta-Mato: Dia 1 - Últimos preparativos
A viagem da Delegação Portuguesa até Lodz, na Polónia, cidade que recebe o 18º Campeonato do Mundo Universitário de Corta-Mato, foi mais prolongada do que o previsto. A comitiva partiu do Aeroporto de Sá Carneiro, no Porto, pelas 6h da manhã e chegou ao Hotel já de noite. Apesar do cansaço acumulado, Portugal teve hoje o seu primeiro dia de trabalho.
A manhã do dia 13 de abril foi dedicada ao treino de reconhecimento do percurso onde se vai desenrolar o Campeonato, com os seis atletas a realizarem algumas voltas ao circuito. O percurso desenhado, situado no Parque Urbano 3 de Maio, é relativamente plano e rápido, ainda mais com a melhoria das condições atmosféricas que se preveem para sábado.
Ainda de manhã teve lugar a já habitual corrida dos Oficiais, que contou com cerca de 25 participantes, entre os quais, o treinador da nossa seleção, Rui Ferreira. Um momento de convívio e descontração, onde o resultado era o menos importante. Mesmo assim fica o registo do 5º lugar final para o português.
Ao almoço, a nossa delegação teve também oportunidade para conversar com outros elementos portugueses presentes neste Mundial Universitário. O Prof. Carlos Cardoso, presidente da Confederação do Desporto de Portugal, está presente na qualidade de delegado da IAAF a acompanhar o evento e ainda Paulo Ferreira, assistente para os Campeonatos Mundiais Universitários na FISU.
Foto de família com os guias da delegação portuguesa
O resto do dia por parte dos atletas foi dedicado a uma ligeira caminhada pela cidade e ao repouso.
Paralelamente decorreram dois encontros, com presença portuguesa. De tarde teve lugar a reunião técnica, onde além da entrega de dorsais e da lista de presenças, deu a conhecer todo o corpo técnico oficial do evento e os aspetos técnicos e logísticos relacionados com a prova. De realçar ainda no final da reunião, a sugestão para futuramente o campeonato ter lugar mais cedo, em finais de Março.
No final da noite, a organização recebeu num jantar todos os chefes de delegação, realizado na belíssima sala nobre da Reitoria da Universidade Tecnológica de Lodz. Mais um momento de convívio e confraternização entre a organização e as diferentes delegações, já habituais nestes eventos.
14 de abril: a prova
Amanhã, sábado, é o grande dia com a realização das competições feminina e masculina, respetivamente às 13h00 e 13h45 (12h00 e 12h45 em Portugal), após a cerimónia de abertura.
Os números finais confirmam a presença recorde de 23 países e um total de 131 participantes, 70 masculinos e 61 femininos, com algumas das potências internacionais da modalidade presentes.
A competição pode ser acompanhada em direto em live streaming, através da página oficial do evento http://wuc.cc2012.p.lodz.pl/
À conversa com os atletas
Para conhecer melhor o estado de espírito da delegação portuguesa, estivemos à conversa com os dois atuais campeões nacionais universitários de Corta-Mato (10 de Março, Guimarães), Carla Salomé Rocha e Daniel Gregório.
Salomé Rocha estuda ciências do desporto na Universidade do Porto e a 2 semanas de completar 22 anos, repete a sua participação neste Mundial. Em 2010 na cidade canadiana, Kingston, foi a 2ª melhor portuguesa, classificando-se em 12º lugar (Sara Moreira obteve o título Mundial).
Daniel Gregório, aluno de engenharia e gestão industrial na Universidade de Coimbra, faz, aos 22 anos a sua estreia num Mundial Universitário.
Depois da conquista do título de Campeã Nacional Universitário, perguntamos a ambos qual a sensação de participar numa prova desta dimensão.
SR – A sensação de voltar a participar nesta prova é bastante boa. Estão presentes grandes atletas e competir com elas é gratificante.
DG – Ser campeão nacional é sempre bom, representar o País é ótimo. Vejo que o meu trabalho é recompensado pelos responsáveis que nos observam, fazendo com que tenha mais vontade e força para continuar a um bom nível.
Quisemos saber também quais as expectativas destes atletas para a prova, tendo em conta as condições climatéricas e de piso que provavelmente irão encontrar e o tipo de percurso que tiveram oportunidade de conhecer hoje?
SR – As expectativas resume-se em dar o nosso melhor. Chegar o mais à frente possível, para termos também uma boa classificação coletiva. A distância é curta e a prova bastante plana, o que para uma prova de 5400 metros torna-se rápido, mas o piso é bastante instável. O tempo é bastante frio, pelo menos até agora, mas se o é para um é para todos. O principal objetivo é dar o melhor e chegar ao fim, olhar para trás e ter a sensação que dei o máximo e fiz tudo o que estava ao meu alcance, independente da classificação.
DG - A prova pelo que observei, é de piso rápido para um corta-mato, sendo praticamente plano, tendo só uma subida com elevada dificuldade. A distância é a normal para um evento deste nível, já quanto ao estado do tempo esperemos que não chova, visto que a temperatura é boa para a altura do ano em que estamos e para o País organizador. Expetativas só no final da prova, mas vou-me empenhar como sempre fazem para que a posição seja a melhor.