Taça UA atingiu a maioridade, mas continua indecisa no curso: ganha o melhor!

Com 18 anos, a Taça UA, organizada pela Associação Académica da Universidade de Aveiro (AAUAv), é uma das maiores competições universitárias intercursos do País. Ao longo de todo o ano letivo, cerca de 1500 estudantes participam no torneio em representação do seu núcleo, com a ambição de levantar o troféu no final da competição. Vibrante, a Taça UA move gerações e marca o percurso académico dos estudantes da Universidade de Aveiro (UA). Ao todo são 37 núcleos a participar em mais de 15 modalidades.

 

Foto: AAUAv e NCF

 

De um mero torneio onde participavam grupos de amigos a uma competição que junta hoje mais de 1500 estudantes. Como é que tudo isto começou? As equipas eram cada vez menos e os torneios davam o pontapé-de-saída quase com os campeões definidos de antemão. Surgiu então a necessidade de meter mãos ao trabalho e aumentar a competitividade entre as equipas. ‘Houve uma remodelação, através de um desafio lançado aos núcleos e cursos da AAUAv. A partir daí, começou verdadeiramente a Taça UA. Anteriormente, chamavam-se torneios internos’, começou por contar Luís Pinto, uma das caras da organização.

 

Com três grandes objetivos, a competição organizada pela AAUAv pretende dar a hipótese aos estudantes de praticar qualquer desporto durante a vida académica, promover a criação de um espírito de equipa dentro dos núcleos e ainda implementar hábitos de vida saudável. No entanto, os ‘olheiros’ procuram também novos talentos para representarem a UA nas provas organizadas pela FADU, servindo também como forma de seleção para a participação nos Campeonatos Nacionais Universitários. Mas então o que é que é preciso para conquistar o troféu? O truque é tentar ganhar o maior número de modalidades possíveis, uma vez que a competição tem por base um sistema de pontos. Mediante a classificação na modalidade, é atribuída uma pontuação e vence quem tiver a maior pontuação no final da competição de todas modalidades, incentivando os núcleos a participar em todas.

 

O torneio é levado a cabo por uma comissão organizadora, que é composta por um elemento do departamento de apoio aos núcleos, pelo staff, departamento desportivo e presidência da Associação Académica. ‘Todas as questões de organização, quadro competitivo, árbitros, contacto com as equipas, sou eu que trato. Por isso, tenho de saber muito sobre a Taça UA’, contou.

 

Tal como nos campeonatos profissionais, tem também uma janela de transferências. ‘É idêntico ao que acontece no mercado normal. Abrimos uma época de inscrições no mês de janeiro para as equipas inscreverem os estudantes de Erasmus e também aqueles que só chegam no segundo semestre’, explica. As equipas tendem a reforçar-se com mais um ou dois jogadores. 

 

Há modalidades em que o número de equipas inscritas é bastante elevado, por isso optou-se por uma segunda divisão em algumas competições, de forma a aumentar a competitividade e angariar mais interessados no torneio. Contudo, mesmo estando numa divisão abaixo, isso não significa que a equipa não possa levantar o troféu no final da competição, uma vez que os primeiros classificados se apuram para o playoff. ‘Já aconteceu uma equipa da segunda divisão ganhar a Taça UA no voleibol. Naquele ano, entraram bastantes pessoas que jogavam ao nível federado e não só ganharam a segunda divisão, como também venceram o playoff que apura o campeão. Foi muito engraçado e só provou que o modelo da competição está bem definido’, conta o monitor de desporto da AAUAv. Existem também núcleos que fazem equipas B para dar a oportunidade de todos os alunos competirem e vivenciarem a competição.

 

Foto: AAUAv e NCF

 

As experiências de quem entra em campo pelo seu curso

 

Cláudia Almeida e Pedro Vieira são um bom exemplo de casos distintos quando o assunto é ganhar na Taça UA. De um lado, uma estudante-atleta de voleibol e futsal do núcleo de estudantes de Engenharia Eletrónica e Telecomunicações (EET), que conta o número de derrotas na competição pelos dedos de uma mão. Do outro, um aluno de Ciências do Mar, que compete nas modalidades de voleibol, basquetebol, futebol 7 e futsal.

 

A falta de participantes é um problema no curso de Pedro. Porém, desistir não faz parte do vocabulário. ‘Estamos a fazer esforços para envolver mais participantes nas modalidades. Mesmo com muitas dificuldades, tentamos transmitir o espírito que se vive no curso e damos sempre o nosso melhor, seja qual for o resultado. Quando entramos num jogo queremos sempre o melhor resultado possível, mas tentamos sempre divertir-nos e meter toda a gente a jogar e participar’, disse o jovem de 21 anos. 

 

Contudo, a Taça UA não é só diversão para EET. ‘Esta crescente resistência que se tem verificado em relação aos nossos adversários só vem desafiar e mostrar que mesmo quando as probabilidades estão contra nós, conseguimos dar a volta porque temos o que é preciso. Temos garra e resiliência’, acrescenta. Cláudia realiza jogos de preparação e treina três vezes por semana: duas com o futsal, onde num dos treinos partilha a quadra com a equipa masculina, e uma com o voleibol. Para ela, o segredo está no querer e na confiança em todas as equipas. ‘Temos equipas muito fervorosas e com muito carácter, que se movem para elevar o nome e o estatuto do curso, para que este seja lembrado mais tarde’, afirma. Ainda assim, as derrotas não são menosprezadas no seu curso. Segundo a futura engenheira, as atletas vêm com maiores ensinamentos, novos objetivos e novas perspetivas de jogo. Com o pavilhão quase sempre cheio, a tensão e o nervosismo apertam antes da entrada em campo. Apesar de toda a experiência, por vezes não é fácil manter por perto a maré das vitórias. ‘Sinto que agora, mais do que nunca, devemos manter-nos fiéis, honrar e respeitar todo o trabalho e esforço que temos colocado para ganhar a Taça UA. Confiar nas capacidades individuais umas das outras, o que por vezes é difícil acontecer. Facilita muito o fluxo, a agilidade da equipa e a responsabilidade que cada uma carrega em si’, confessou. 

 

O projeto de árbitros da Taça UA não está fora de jogo

 

João Augusto tem 27 anos e é um dos veteranos do torneio. Foi atleta, treinador e dirigente do núcleo de Engenharia Física. Agora veste-se de amarelo e é um dos árbitros mais conhecidos nas redondezas. Gusto, como toda a gente o chama, foi convidado para assumir o apito em 2016. O jovem não virou a cara ao convite e hoje é um dos árbitros mais experientes das modalidades de futsal e futebol. ‘Se não fosse a Taça UA, nunca iria pensar em prosseguir a minha carreira de arbitragem na Associação de Futebol de Aveiro’, começou por dizer. ‘O projeto de árbitro da Taça UA é uma boa forma de lançamento para os alunos que querem, não só aprender mais sobre a modalidade e visualizar o jogo como árbitros, mas também para ganhar algum dinheiro, que costuma ser a motivação inicial para muitos’. Este projeto tem sido uma porta para as provas federadas. ‘Por uma questão de custos, logística, oportunidade e tempo livre, começamos a criar juntamente com o apoio das associações desportivas da região, vários cursos de árbitros onde os núcleos são desafiados a inscrever os estudantes nas formações’, conta Luís Pinto. 

 

Nos últimos anos, o projeto tem ganho forma, embora continue a haver estudantes que fogem a sete pés das lides da arbitragem. Gusto decidiu dedicar-se a cem por cento à arbitragem depois de se lesionar com gravidade. ‘A Taça UA proporcionou-me a oportunidade de refletir sobre se queria ser árbitro ou não. Acho que tomei uma ótima decisão ao fazer o curso. Consigo ajudar os atletas de cada curso a praticar desporto de forma competitiva e saudável’, revelou. Apesar de estar fora das quatro linhas e do cansaço que é, por vezes, arbitrar tantos jogos seguidos, João Augusto continua a sentir a energia positiva do torneio, que faz com que ele se motive para conseguir atuar no seu melhor nível. 

 

Para prevenir e combater situações que fujam ao espírito de fairplay que deve imperar, existe o Conselho Disciplinar da Taça UA, organismo criado para sancionar os maus comportamentos. ‘Muitas pessoas não conhecem a modalidade que estão a jogar e não sabem o que podem ou não fazer. A maior parte dos participantes da Taça UA consegue ser compreensiva, mas com a emoção do jogo, torna-se mais complicado para alguns. Os casos de críticas abusivas ou situações agressivas são muito esporádicos’, disse o árbitro de 27 anos. Jogos à porta fechada, suspensões, faltas de comparência, irregularidades no equipamento, acumulação de amarelos ou identificação do treinador são algumas multas que as equipas estão sujeitas se não cumprirem o regulamento da competição.

 

Os ‘maestros’ da tática dentro e fora de campo

 

Há quem cante e berre. Há quem leve bandeiras, cachecóis e tambores. E depois há o núcleo de Música, que leva os próprios instrumentos para tocar na bancada durante os jogos. Fora de campo também há competição entre os estudantes. ‘Em sintonia e com várias vozes’. É assim que João Lucas, um dos 'magísteres' da claque de Música, descreve os cânticos que diferenciam a sua claque das restantes. ‘Nas primeiras vezes que levamos os instrumentos toda a gente ficou surpresa e acharam muita piada. Depois foram-se habituando, mas tentamos sempre entrar num jogo de forma diferente, seja no modo como tocamos, como nos vestimos e até como interagimos com o público. A certa altura havia pessoas de outros núcleos que não estavam a jogar e iam à Taça UA só para nos ver’, lembra o músico de 22 anos. Sem grande disparidade entre os tons agudos e graves, como é costume haver nas músicas de apoio, pode-se dizer que os jogadores de Música são inspirados pelas vozes e sons dos instrumentos. Contudo, entre a Liga dos Campeões e a Taça UA... a decisão não é difícil. João Lucas considera que ‘a verdadeira Liga dos Campeões é a feita por todos aqueles que vivem a Taça UA’.

 

Foto: AAUAv e NCF

 

Mas os maestros não estão apenas na bancada. Alguns estão no banco a controlar a equipa. Gonçalo Sá é estudante de Engenharia Mecânica e treinador de futebol nas horas vagas. Quando ainda sobra algum tempo, dá também uns toques na bola pela equipa de futsal do núcleo. No ano passado, fez a sua estreia enquanto treinador, admitindo que ‘às vezes até dava vontade de entrar e jogar’. No entanto, o mister pensa sempre no melhor para a equipa e mantinha-se agarrado ao esquema tático. ‘Na última edição, tínhamos uma equipa em que me sentia muito respeitado em situação de jogo. Penso que isso vem mais da maturidade dos atletas, do que propriamente algo que o treinador possa dizer, tendo em conta que somos todos, mais ou menos, da mesma idade. Peguei num grupo que não se conhecia e que se tornou num grupo de amigos, na verdadeira família de Mecânica’, referiu.

 

EGI sem Miguel Monteiro não é a mesma coisa

 

O curso de Engenharia e Gestão Industrial (EGI) leva já sete conquistas da Taça UA. Por muito que os atletas das várias modalidades tenham o devido mérito, importa também realçar o trabalho de quem está a coordenar. Com 20 anos, Miguel Monteiro é um estudante-atleta que alcançou a medalha de bronze no lançamento do peso F40 dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, que se realizaram neste verão. Muito envolvido no mundo do associativismo académico, o detentor de um recorde mundial desempenha a função de vice-presidente para as atividades académicas, culturais e desportivas da associação do curso. ‘A minha principal função na Taça UA é garantir que está tudo a tempo e horas no local, fazer e trazer as fichas de jogo e todo o equipamento necessário. O resto deixo com os treinadores’, relata. Além de atleta paralímpico e dirigente, o estudante de 20 anos acumula também a função de treinador da equipa de futsal feminino devido à experiência enquanto jogador que adquiriu em miúdo. EGI sem Miguel Monteiro não é a mesma coisa, mas ele divide os louros com outros. ‘Temos tido boas pessoas a comandar o barco de desporto e saúde de EGI’. Quando não tem de orientar a equipa, Miguel aproveita a folga para se juntar ao ‘inferno laranja’, a claque do curso, e ensina aos mais novos como é que se celebra na bancada.

 

Foto: Comité Paralímpico de Portugal

 

A necessidade de incluir o desporto adaptado na Taça UA é um tema que divide o estudante-atleta. Ainda que defenda a sua inclusão no torneio, Miguel considera que haveria pouca competitividade, visto que há poucas pessoas nesta vertente. ‘Se a Taça UA alargasse para o desporto adaptado em si, como há muitas categorias e muitas deficiências, as pessoas iam competir sozinhas. Isso não acontece só aqui em Aveiro, acontece comigo em Portugal. Eu não tenho propriamente concorrência em Portugal, compito sempre sozinho ou até mesmo junto do desporto regular para ter o espírito de competição e ver em que nível estou’.

 

Foto: AAUAv e NCF

 

Temporada 21/22 já arrancou

 

A Taça UA já deu o pontapé-de-saída na presente temporada, com os coordenadores de alguns núcleos e a direção da AAUAv a abrir o torneio com um ‘jogo das estrelas’. Ao contrário dos outros anos, nesta edição não há segunda divisão, mas há os suspeitos do costume: Engenharia e Gestão Industrial e Engenharia Civil, sendo os cursos com mais títulos, partem com favoritismo. As saudades já eram muitas e é hora de tirar o pó ao cachecol, afinar as vozes, preparar o melhor esquema tático e ver quem leva o troféu desta décima oitava edição! 

 

 

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