Um anel para cada dedo de uma mão cheia de olímpicos

Angélica André, do Instituto Politécnico da Maia (IPMaia), Diogo Carvalho e Gabriel Lopes, da Associação Académica de Coimbra (AAC), José Lopes e Tamila Holub, da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUMinho) foram cinco dos mais de 150 estudantes-atletas que participaram no último Campeonato Nacional Universitário de Natação piscina curta, em Matosinhos. O que têm em comum? São cinco atletas olímpicos e não abdicam de seguir com os seus estudos.

 

 

A piscina municipal da Senhora da Hora, em Matosinhos, voltou a receber o Campeonato Nacional Universitário de natação piscina curta, onde, entre as dezenas de estudantes-atletas que participaram na prova, se passearam alguns anéis olímpicos tatuados na pele de quem já participou no maior evento multidesportivo do mundo. Foram cinco os olímpicos presentes, que não deixaram os créditos por mãos alheias, entre medalhas e recordes nacionais universitários alcançados. Para alguns foi a estreia, para outros foi o confirmar do favoritismo alcançado em anteriores edições.

 

Diogo Carvalho, um veterano que todos reconhecem

 

 Para o veterano Diogo Carvalho, que soma mais de 30 medalhas em competições universitárias desde a época de estreia em 2009/2010 – sendo um dos estudantes-atletas mais medalhados da história da FADU, continuam a ser provas especiais. ‘É um orgulho e uma satisfação enorme competir com estudantes, porque são nossos colegas na faculdade e também passam muito do que nós passamos na conciliação do desporto e do estudo. É sempre uma satisfação enorme competir com eles e com a ajuda deles’, referiu.

 

 

Com 33 anos e depois de ter trocado a Medicina por Ciências do Desporto, o atleta falou um pouco da fase de vida que atravessa. ‘Estou a fazer a transição de atleta de alta competição para estudante e profissional, mas é muito difícil conciliar quando há a profissionalização numa modalidade e a vertente académica. Ambas exigem muita dedicação, trabalho e esforço e se queremos estar ao mais alto nível temos de tomar decisões. Eu até aqui priorizei a natação e tenho a certeza de que a maior parte faz isso, porque têm o objetivo de ir aos Jogos Olímpicos’. Com três edições dos Jogos Olímpicos (Pequim, Londres e Rio de Janeiro), 16 campeonatos da europa (e duas medalhas de bronze) e 12 campeonatos do mundo no currículo, acredita que é importante não desligar por completo dos estudos. ‘Chega um determinado momento em que temos de dar prioridade ao lado académico. Até chegar essa fase, é importante irmos fazendo algumas cadeiras para não perdermos totalmente o contacto. Sempre tentei ir fazendo algumas disciplinas para não ter de partir da estaca zero depois’, referiu.

 

Gabriel Lopes, o olímpico que começou na natação por causa da asma

 

Com dois recordes individuais somados na última prova de natação da FADU, nos 100m costas e 200m estilos, Gabriel Lopes, disse mais uma vez presente à luta por novas conquistas no universitário, em representação da AAC. ‘É muito importante participar porque as universidades apoiam-nos naquilo que podem, às vezes vão além do estritamente necessário. É bom retribuir e contribuir para a boa imagem da universidade e até do curso no meu caso, que estou a estudar Ciências do Desporto’.  Aos 24 anos, Gabriel, que nas competições universitárias representou no passado a Associação de Estudantes da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra, resume em poucas palavras o que é a vida de um estudante que não abdica de praticar desporto ao mais alto nível: ‘É possível, mas muito complicado. O melhor e ir fazendo.’ Começou na natação aos três anos por prescrição médica – uma vez que sofre de asma – e desde aí não mais parou, tendo chegado à concretização do seu maior sonho, os Jogos Olímpicos, este ano em Tóquio. ‘Foi incrível e uma motivação para continuar a trabalhar e seguir caminho’.

 

 

Angélica André, a especialista em águas abertas que levou o bronze na piscina

 

Em estreia nas provas universitárias, Angélica André, estudante-atleta pelo Instituto Politécnico da Maia, arrecadou a medalha de bronze nos 50m livres e começou com o pé direito. Especialista de provas em águas abertas, não desperdiçou a oportunidade de competir. ‘O universitário tem bons nadadores e, apesar de não ter feito a minha prova de eleição porque estou numa fase em que preciso de algum descanso, o nível competitivo é bom e alguns acabam por se destacar na disciplina deles’, disse, referindo que algumas vicissitudes e também a pandemia não lhe permitiram que se estreasse mais cedo no universitário, ela que no desporto escolar, além da natação, também praticou ténis. Treino Desportivo é a sua área de estudos, uma área que escolheu com naturalidade, uma vez que quer ser treinadora no futuro. ‘A Bolsa de Educação dos Jogos Santa Casa [via Comité Olímpico], possibilita que vá fazendo as coisas com muita calma. Neste momento estou com duas cadeiras e o estágio anual, fui fazendo tudo com alguma disciplina. Os professores são compreensivos, sobretudo se o estudante se mostra empenhado. Dão abertura para haver maior flexibilidade’, contou.

 

 

Competir nos Jogos Olímpicos no verão passado, foi uma experiência que define como enriquecedora, quer em termos de competição, quer em termos humanos. ‘Temos a experiência na nossa modalidade, mas depois também ficamos com uma diferente perspetiva de como funcionam outras modalidades. Além disso gosto de ver um atleta com foco, mas também sou muito atenta a outras coisas, gosto de perceber algumas atitudes e ver qualidades como a humildade. Nas águas abertas, como é um mundo mais pequeno e toda a gente se conhece, gosto de conversar com as pessoas e identificar-lhes uma certa humildade. Desse contacto gosto de tirar os aspetos positivos e ver se me identifico com eles, quer enquanto pessoa quer enquanto atleta’.

 

Tamila Holub, da North Carolina State University à Universidade do Minho

 

Natural de Cherkasy, na Ucrânia, Tamila Holub estreou-se este ano enquanto nadadora universitária em Portugal e conseguiu o recorde nos 400m livres, um início com pé direito e uma piscadela aos Jogos Mundiais Universitários (JMU), que se disputam em Chengdu (China) entre junho e julho do ano que vem. ‘O nível competitivo é bom e estou contente por esta estreia pela equipa da AAUMinho. A maior parte dos nadadores da equipa já conhecia de outras competições e é um ambiente muito bom’, disse.

 

 

Aos 22 anos e já com uma presença no Jogos Olímpicos da Juventude (2014) e duas em Jogos Olímpicos (2016 e 2021), a estudante-atleta vê com bons olhos a possibilidade de ir aos Jogos Mundiais Universitários, competição da qual tem as melhores referências. Antes de ingressar na academia minhota, onde frequenta a licenciatura de Criminologia e Justiça Criminal, representou a North Carolina State University nas épocas 17/18 e 18/19, durante a sua passagem pelos Estados Unidos.

Soma no currículo inúmeros recordes nacionais absolutos, em diferentes distâncias no estilo livres, várias participações nacionais e internacionais, tendo sido medalha de ouro nos 1500m livres e prata nos 800m livres no europeu de juniores que se disputou em 2016 na Hungria.

 

José Lopes, um futuro engenheiro que quer voltar a competir na Universíada

 

Com uma nomeação para estudante-atleta do ano na gala do Desporto Universitário da FADU no final de 2019, o bracarense José Lopes - que frequenta o mestrado integrado em Engenharia e Gestão Industrial - soma recordes atrás de recordes, o último conquistado há bem poucos dias, no CNU de natação, onde bateu o seu próprio recorde nos 400m livres. Com um total de sete medalhas alcançadas nas competições universitárias, pela AAUMinho, bateu o recorde nacional absoluto nos 800m livres na Universíada de Nápoles (superando a marca de Fernando Costa, alcançada 12 anos antes, e que melhorou mais tarde), e foi aos Jogos Olímpicos de Tóquio bater o seu recorde pessoal nos 400m estilos. ‘Era um sonho e foi uma grande aprendizagem. Sempre tive essa participação em mente, a Universíada ajudou-me a perceber que podia e queria mesmo concretizar esse sonho, e sinto que todo o esforço e trabalho foram recompensados’. A participação ficou um pouco ensombrada pela pandemia. ‘Queria aquela piscina cheia e ruidosa, mas a covid condicionou isso. A experiência na aldeia olímpica penso que não tenha sido muito diferente, mas a parte do público fez diferença’.

 

 

Sempre que o calendário o permite participa nos Campeonatos Nacionais Universitários, que vê como ‘mais uma oportunidade de competir a nível nacional’ com muitos atletas a quem reconhece um bom nível de competitividade. Quanto a uma segunda participação nos JMU, mostra-se interessado. ‘Gostava muito de participar novamente. Não sei quais são os planos da federação, mas gostava muito’.

 

 

 

 

 

 

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